quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Entenda os testes nucleares norte-coreanos

         A República Democrática Popular da Coréia, conhecida popularmente como Coréia do Norte, está localizada no leste do continente asiático e faz fronteira com a China, Rússia e Coréia do Sul. Foi com este último país que os norte-coreanos formaram um único Estado do século VII até 1910, quando o território foi invadido e transformado em colônia do Império Japonês. Com o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) o Japão deixou de exercer seu colonialismo nestes territórios e a Coréia foi oficialmente dividida em dois países, uma de influência soviética (Coréia do Norte) e outra na esfera americana (Coréia do Sul), inaugurando um dos períodos mais críticos da Guerra Fria (1945 – 1991). 
         Os coreanos estavam satisfeitos com a derrota japonesa, porém eles nunca foram consultados a respeito da divisão do território, já que sempre foram contra a presença estrangeira na península. Com o decorrer do tempo as relações entre Coréia do Sul e Coréia do Norte ficaram tensas resultando numa Guerra Civil coreana que durou 3 anos, de 25 de Junho de 1950 a 27 de Julho de 1953. A guerra acabou quando a ONU (Organizações das Nações Unidas), o Exército da República Popular Coreana e os Voluntários da República da China assinaram um acordo armistício. Desde então, o sul e o norte são separados por uma zona desmilitarizada. 
         O que podemos constatar hoje são as diferenças econômicas, política e social entre as Coréias, sendo a Coréia do Sul, por conta da influência norte-americana no país desde o fim da Segunda Guerra Mundial, melhor desenvolvida economicamente e com índices de desenvolvimento humano superiores aos da Coréia do Norte. Já a Coréia do Norte, encontra-se em situação mais crítica, pois é um país fragilizado por desastres naturais e por uma estagnação econômica, que vem utilizando o seu programa nuclear como forma de prevenir qualquer ataque ao país e para conseguir vantagens em negociações internacionais, principalmente após ser classificado, em 2002, como integrante do “eixo do mal” pelo ex-presidente norte-americano George W. Bush. Essa situação em que a Coréia do Norte se estabelece faz do seu programa nuclear um trunfo para seu regime comunista. 
         Mesmo sofrendo pesadas sanções o governo norte-coreano de Kim Jong-il continua e continuará a investir no poder armistício. A principal duvida/medo internacional é da possibilidade de uma nova guerra nos próximos anos. Mas outro questionamento deveria ter maior prioridade neste momento. Vemos que a Coréia do Norte é um país pobre e mesmo sem este poder financeiro o país é capaz de criar armamentos nucleares, com base nisso podemos observar que para esse desenvolvimento armamentista não é necessário uma economia como a norte-americana. Devemos nos preocupar com o risco dessas armas de destruição em massa ser desenvolvidas e utilizadas por terroristas. O porquê de esse último questionamento ter maior relevância que o primeiro se dá pelo fato de concluirmos que os testes nucleares servem para o governo norte-coreano como forma de mostrar a força para a manutenção de poder, pois o chefe coreano encontra-se enfraquecido pela saúde debilitada e procura organizar a transição do poder a seu filho. 
         Vemos que uma guerra como as que alguns temem está longe de acontecer, as armas nucleares servem para os países apenas como um apoio político. O medo estaria na posse dessas armas por terroristas, pois eles não têm nada a perder e agora basta saber qual seria o procedimento adotado pelas autoridades internacionais quanto ao tema.

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