terça-feira, 15 de novembro de 2011

A justiça segundo Sócrates e seu contraste com os dias atuais

          O sentido de justiça é tema constante em nossas vidas, da mesma forma que com a convivência em grupo fez-se necessário o direito e suas leis, nelas estavam inseridas o significado do justo e injusto.
          Observa-se em manuscritos de Platão (Atenas, 428 a.c.) a preocupação de Sócrates (Atenas, 469 a.c.) em definir e caracterizar a justiça. Segundo Sócrates a justiça é virtude e sabedoria, e a injustiça maldade e ignorância, a última gera revoltas e descontentamento, já a primeira gera paz e harmonia. A justiça definida por Sócrates, nos dias de hoje, tomou ares e características utópicas, pois o mesmo acreditava que o homem justo fazia uso da justiça em interesse aos seus súditos e aos mais fracos, o homem justo não havia de tirar proveito da situação a não ser em troca de dinheiro e salários, assim como afirmava que a decadência da cidade estava na sujeição da lei ao governante e sua salvação pelo império da lei sobre os governantes "que fazem a si mesmos escravos da lei".
          Vemos em tempos atuais que as leis e regras que regem nosso dia-a-dia vieram a beneficiar a todos aqueles que fazem uso de boas condutas. Para manter a justiça nos Estados os políticos, juízes e governantes recebem em troca salários, porém o que vemos são aqueles que detêm o poder, lembrando que dinheiro é sinônimo de poder, desrespeitarem as leis e sairem impunes. Com base nesse argumento podemos concordar com a afirmação de Trasímaco (459 a.c.) que " a justiça não é outra coisa senão a conveniência do mais forte".
          Em vida, Sócrates soube definir e caracterizar muito bem os termos justiça e injustiça, entretanto cabe a nós questionar a sua aplicabilidade para evitar aquilo com o que mais temos nos deparado: a injustiça.