terça-feira, 3 de novembro de 2009

Crise de Honduras

      Pelo que podemos observar, nestes últimos dias, nos parece que estão chegando a um acordo para a tão dramatizada crise de Honduras. Porém enquanto a diplomacia brasileira tenta encontrar uma solução nas negociações entre o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e o atual governo de Roberto Micheletti, nós, analistas de Relações Internacionais, queremos respostas para tantas questões deixadas no ar:
 
- Porque Zelaya, que estava seguro em Nicarágua, voltou para Honduras?
- Como e porque Zelaya se refugiou justamente na embaixada brasileira?
- Porque o Itamaraty aceitou Zelaya em sua embaixada?
- Esse refúgio foi dado de forma correta, respeitando todos os tramites da diplomacia brasileira?
- O que o Brasil tem a ganhar com toda essa confusão?
- Seria isso tudo planejado pelo Brasil para tentar tirar benefícios dessa situação?



      Planejado ou não, vemos que o Brasil arranjou muitas sarnas para se coçar.





segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Cuba sem Fidel

      Fidel Castro liderou a Revolução Cubana que derrubou o ditador Fulgêncio Batista em 1º de janeiro de 1959 e esteve no comando do país por 49 anos, até se afastar por problemas de saúde, em julho de 2006. Raúl Castro, irmão mais novo de Fidel, ficou no poder provisoriamente durante esse afastamento do presidente.
      Em 2008, Fidel renunciou seu cargo oficialmente, possibilitando que seu irmão o substituísse na presidência do país.
      Agora com Raúl Castro no poder muitos prevêem uma abertura de Cuba para o mundo e o fim do seu regime socialista. Para o próprio presidente cubano mudanças no regime do país encontram-se fora de discussão, e isso porque há ainda uma forte influência de Fidel na Ilha, pois mesmo com Raúl na presidência, Fidel continua a ser uma voz internacional poderosa em Cuba, por meio de colunas regulares que o ex-presidente escreve para jornais estatais.
      Podemos observar que mudanças em Cuba já estão ocorrendo e outras virão, isso é conseqüência do novo governo americano e seu atual posicionamento diplomático com a ilha. O governo de Obama em seu diálogo com Cuba colocou fim as restrições sobre viagens aos cidadãos americanos com parentes em Cuba e remessas que eles podem enviar à ilha. Outro detalhe importante, ocorrido em 2009, foi o fim da suspensão de Cuba na OEA (Organização dos Estados Americanos) após 47 anos.
      Mesmo que a renúncia de Fidel propicie uma boa oportunidade para que o regime democrático se instale em Cuba, observamos que se fazem necessárias mais mudanças norte-americanas sobre a ilha, já que ainda permanece intacto o embargo econômico, comercial e financeiro à Cuba, perseguindo quem comercializa com o país, e também persiste a injustificada inclusão de Cuba na lista dos países promotores do terrorismo. Enquanto não houver estas mudanças, o socialismo não será tema de diálogo em Cuba.
      Concluímos que há chances de mudanças no regime de Cuba, mas isso ainda demandará muito tempo e exigirá inúmeras mudanças, pois no momento não há nenhum sintoma na ilha, nem nos setores representativos e nem na vontade do povo de que o país possa retornar ao capitalismo.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Entenda os testes nucleares norte-coreanos

         A República Democrática Popular da Coréia, conhecida popularmente como Coréia do Norte, está localizada no leste do continente asiático e faz fronteira com a China, Rússia e Coréia do Sul. Foi com este último país que os norte-coreanos formaram um único Estado do século VII até 1910, quando o território foi invadido e transformado em colônia do Império Japonês. Com o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) o Japão deixou de exercer seu colonialismo nestes territórios e a Coréia foi oficialmente dividida em dois países, uma de influência soviética (Coréia do Norte) e outra na esfera americana (Coréia do Sul), inaugurando um dos períodos mais críticos da Guerra Fria (1945 – 1991). 
         Os coreanos estavam satisfeitos com a derrota japonesa, porém eles nunca foram consultados a respeito da divisão do território, já que sempre foram contra a presença estrangeira na península. Com o decorrer do tempo as relações entre Coréia do Sul e Coréia do Norte ficaram tensas resultando numa Guerra Civil coreana que durou 3 anos, de 25 de Junho de 1950 a 27 de Julho de 1953. A guerra acabou quando a ONU (Organizações das Nações Unidas), o Exército da República Popular Coreana e os Voluntários da República da China assinaram um acordo armistício. Desde então, o sul e o norte são separados por uma zona desmilitarizada. 
         O que podemos constatar hoje são as diferenças econômicas, política e social entre as Coréias, sendo a Coréia do Sul, por conta da influência norte-americana no país desde o fim da Segunda Guerra Mundial, melhor desenvolvida economicamente e com índices de desenvolvimento humano superiores aos da Coréia do Norte. Já a Coréia do Norte, encontra-se em situação mais crítica, pois é um país fragilizado por desastres naturais e por uma estagnação econômica, que vem utilizando o seu programa nuclear como forma de prevenir qualquer ataque ao país e para conseguir vantagens em negociações internacionais, principalmente após ser classificado, em 2002, como integrante do “eixo do mal” pelo ex-presidente norte-americano George W. Bush. Essa situação em que a Coréia do Norte se estabelece faz do seu programa nuclear um trunfo para seu regime comunista. 
         Mesmo sofrendo pesadas sanções o governo norte-coreano de Kim Jong-il continua e continuará a investir no poder armistício. A principal duvida/medo internacional é da possibilidade de uma nova guerra nos próximos anos. Mas outro questionamento deveria ter maior prioridade neste momento. Vemos que a Coréia do Norte é um país pobre e mesmo sem este poder financeiro o país é capaz de criar armamentos nucleares, com base nisso podemos observar que para esse desenvolvimento armamentista não é necessário uma economia como a norte-americana. Devemos nos preocupar com o risco dessas armas de destruição em massa ser desenvolvidas e utilizadas por terroristas. O porquê de esse último questionamento ter maior relevância que o primeiro se dá pelo fato de concluirmos que os testes nucleares servem para o governo norte-coreano como forma de mostrar a força para a manutenção de poder, pois o chefe coreano encontra-se enfraquecido pela saúde debilitada e procura organizar a transição do poder a seu filho. 
         Vemos que uma guerra como as que alguns temem está longe de acontecer, as armas nucleares servem para os países apenas como um apoio político. O medo estaria na posse dessas armas por terroristas, pois eles não têm nada a perder e agora basta saber qual seria o procedimento adotado pelas autoridades internacionais quanto ao tema.